segunda-feira, agosto 25, 2008

How to do Zé Ramalho

Dae Zézinho, tudo tranquilaize? Hoje o Zé Guardinha, em um serviço de utilidade pública, vai ensinar você (é você mesmo) a compor canções como um outro Zé, o Zé Ramalho.
Por que eu escolhi Zé Ramalho? Ora eu até gosto das músicas dele, mas elas seguem alguns padrões (bem simples na minha opinião) que eu reconheci com a minha mente em estado levemente alterado, por assim dizer eu fui coletando e estudando profundamente esses padrões até chegar ao resultado desta tese que são os exemplos deste padrões e ao final uma canção de minha autoria mas que poderia muito bem ter sido escrita por ele.


Padrão número 1 – Numerologia.


É fato que muitas músicas dele (pra não dizer todas) tem algo relacionado a números cabalísticos, cabacísticos, estatística, derivadas e até mesmo pitágoras. De fato creio que se ele não fosse cantor ou ele estaria fazendo previsões de final de ano no programa do Gugu ou então lecionando matemática em alguma escola municipal.


“Não foi nada, eu não fiz nada disso e você fez um bicho de sete cabeças” – Bicho de Sete Cabeças.


“Em dois mil e quinhentos mais ou menos há mudança geral em toda parte os humanos escrevem para marte” – Do Terceiro Milênio Pra Frente.


“Ela me deu o seu amor, eu tomei no dia 16 de maio, viajei espaçonave atropelado, procurei o meu amor aperreado” – Táxi Lunar.



Padrão número 2 – Esoterismo.

As músicas deste ser místico também estão impregnadas das mais variadas mensagens esotéricas que o site do Terra ou que o horóscopo de A Notícia podem proporcionar, tornando cada música um deleite pro pessoal da nova era.

“No vale profundo que geme em nós reside o casulo do cavalo aladouhuhummmm” – A Nave Interior.


“Até o meio da cabeça do cometa girando na carrapeta” – Avohai.


“Ah! Sou um panteísta sufocado pelas canções do acetato de mercúrio” – Visões de Zé Limeira Sobre o Final do Século XX.



Padrão Número 3 – Prostituição

Que ele foi um michê pouca gente sabe, e aliás, mal consegue perceber que ele coloca muito disso nas suas letras. Mas que biatch!


“Meus vinte anos de "boy" That's over, baby! Freud explica...” – Chão de Giz.


“Minha profissão é suja e vulgar quero um pagamento para me deitar e junto com você estrangular meu riso dê-me seu amor dele não preciso...” – Garoto de Aluguel (Olha o nome dessa música, não falei? Não falei?).



Padrão Número 4 – Drogas

Malandro, aqui é que a porca torce o rabo, ele faz uma caral*ada de referência à drogas em suas músicas, e eu não pude deixar de notar essa farra que faria Amy Winehouse se sentir envergonhada.


“Amanita matutina e que transparente cortina ao meu redor...” – Avohai.


“Paciência, mas o éter me chamou” - Visões de Zé Limeira Sobre o Final do Século XX.


“Eu desço dessa solidão espalho coisas sobre um Chão de Giz – Chão de Giz” (Essa é pior que Muralhas Brancas do Dazaranha).



Padrão número 5 – Alienígenas

Nossa, ele deve ter umas 15 músicas só sobre este tema, eu lembro que quando eu era adolescente eu curtia pra caramba Arquivos X, mas isso é ridículo.


“Esses discos voadores me preocupam demais” - Esses Discos Voadores Me Preocupam Demais. (quer uma mensagem mais clara que essa Zezinho?)

“Vejo discos de metal pairando pelas noites do país minhas loucas conclusões nada dizem” - Visões de Zé Limeira Sobre o Final do Século XX.

“Sete vezes eu me ajoelhei na presença de um ser iluminado como um cego fiquei tão ofuscado” – Canção Agalopada. (Esta poderia ter entrado na parte de numerologia também.)



Padrão Número 6 – Mensagens esquisitonas


Aqui a coisa fica engraçada, ele parece que cria as músicas a partir da tabela nutricional de sucrilhos do café da manhã, sente só sézinho:

“Disparo balas de canhão é inútil, pois existe um grão-vizir. Há tantas violetas velhas sem um colibri. Queria usar quem sabe uma camisa de força, ou de vênus, mas não vou gozar de nós. Apenas um cigarro, nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom...” – Chão de Giz (cara, essa foi confusa mermo.)

“Para o mundo de leis me obrigar a lutar pelo erro do engano, eu prefiro um galope soberano à loucura do mundo me entregar” – Canção Agalopada.


“Ah, quanto mais ao povo a alma falta mais a minha alma atlântica se exalta. E entorna e em mim, num mar que não tem tempo ou espaço vejo entre a cerração teu vulto baço que torna” – A Última Nau.

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Vocês acompanharam essa miríade de padrões que se repetem na maioria das músicas dele? Então, você nem acreditava que haviam tantas assim quando começou a ler esta matéria não é? Então, agora o Zé Guardinha orgulhosamente apresenta a canção que Zé Ramalho não escreveu, lembrando que as referências estudadas aqui não seguem uma ordem, elas aparecem de maneira aleatória e até mesmo misturadas;



Olhos Verdes de Jade Sob a Lua cheia

Estava eu apinhado
Atordoado, abilolado
Alienígena avoado
Disco arredondado, sem mais, sem menos

O ser de sete sensos sensíveis e sem consenso
Me querendo como prova, com conhecimento sem tento e sem pena
Sendo ele insensível, sem prova e sem consenso me levou
Na madrugada depois da fumaça e da larica se animou

Estava eu abaloado
Atordoado, abilolado
Com dinheiro, depois do coito
Fujo e me deparo, reparo, disparo

Meio homem, meio tigre
Meio astro, meio estrela
Meio homem e meio mulher
Na sempre escura noite, estrelas sondam ao redor, planetas luzem como sol
Júpiter se mostra fraco, sempre em tom opaco, sendo claro como um tilenol
Sendo eu acalentado, suculentado e compensado pela culpa sem pouca prosa
Correndo solto pela vida, meio verde claro, aberto e fechado, meio cor de rosa

Claro que não, claro que sim
Escuro que não é claro
Certo que é errado
Guerreiro de luz que me assusta sempre
Com seus olhos de jade e de serpente,

2 comentários:

Anônimo disse...

Isso que eu chamo de falta do que faser.

Fabrício disse...

Muito bom, muito bom... tá linkado no meu blog!!!

Abraço